quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Nossa Paróquia


PAROQUIA SANTA ANA DA MUNHUANA


A paróquia Santa Ana Munhuana localizada na cidade de Maputo è uma das maiores paróquias da Arquidiocese de Maputo. Fundador a 02 de Janeiro de 1909 hoje, a sua missão principal é evangelizar os povos, com palavras, acções e testemunho de vida, inspirado na sua padroeira Santa Ana, que foi uma Mulher simples, humilde e trabalhadora.
Actualmente, Paróquia conta com cerca de seis mil cristãos praticantes devidos em 43 nulos. A paróquia cobre o espaço geográfico de 2,5km2, correspondente aos bairros do Alto Maé, Malhangalene, Mafalala, Minkadjine, Xipamanine, Málaga e Xamanculo.
Para levar adiante e com sucesso este projecto de evangelização, neste meio urbano que apresenta muitos desafios na actualidade, a paróquia possui uma ampla estrutura, constituída por 19 Ministérios, 43 núcleos, vários Movimentos Laicas, algumas congregações religiosas que juntamente com os cristãos desenvolvem diversas actividades sociais de natureza formativa e inclusiva, cujo objectivo é criar um clima de família entre os diferentes grupos de pessoas que fazem parte. Actualmente, a Paroquia Santa Ana da Munhuana é dirigida pelo Pároco Padre Geraldo Uaiare e seu vigário, Padre Ernesto Paulino Mucavele, ambos da Congregação do Santíssimo Sacramento, e contam com a colaboração de uma vasta equipe missionária e de leigos comprometidos com a causa de Jesus Cristo e com o anuncio da Boa Nova à sociedade Moçambicana em geral.

A Nossa História
O encontro entre culturas e a fusão da paróquia Santa Ana.

Como tudo começo? Trajectória histórica da igreja de Santa Ana da Munhuana começou a desenhar-se Aida na época colonial, com chegada a Moçambique, de um grupo de jovens goeses que pesaram, pela primeira, este, solo, da então cidade de loureço marques, e se fixaram no antigo Bairro Indígena, conhecido com o nome de Munhuana Relatos de alguns historiadores indicam que o nome Munhuana deve-se a uma lagoa de água salgada que ali outrora existia, daí essa mesma designação, pois na língua ronga ‘’significado sal.

De acordo com alguns relatos, o lugar era um mato. A cidade civilizada terminava perto da actual avenida 24 Julho. Esses dados são indicadores de que a vida dos habitantes que lá se encontravam era caracterizada por uma dinâmica da época, marcada por actividades agrícola, e os familiar eram de condições simples, humildes e alegres, apegadas às tradições culturas dos antepassados e era na capo onde encontravam recursos natural para o seu a sustento.

O povo do bairro Indígena e portador de uma cultura própria, tem o seu ritmo vida, sua maneira de trabalhar, de se alimentar, de dançar, e de cantar, enfim de conviver, mas certamente, e como africano têm um alimento essencial e o aspecto comunitário. Mas tarde, iremos ver como esta característica marcante da cultura africana ira marcar os momentos de crescimento da paróquia Santa Ana da Munhuana. 
                                
No nascimento de um bebe, a família faz festa; na seca as pessoas juntam-se e faz procissões de penitência para pedir a chuva aos deuses; para derrubar arvores, e cantam e juntam esforços. O batuque e o canto acompanham as danças em que todos participam. E quanto há festa todos contribuem para as despesas. Em fim, podemos imaginar este cenário. E a história repete-se. Será este mesmo cenário que se repetirá mas tarde. Alias, hoje podemos presenciar um poço de tudo isto acontecendo na nossa paróquia, embora de forma diferente, porque dinâmica do mundo da vida é outra, o ritmo é outro, mas saturado, mas veloz, mas estranho. Um meio ambiente marcado pela urbanização que pouco a pouco modificou a geografia do bairro da Munhuana e ditou novas estrutura administrativas estatais.

Ao recorrermos aos escritos de nossos historiadores, podemos ler que “o pequeno núcleo de novos habitantes era composto de jovens que vieram da província de Santa Ana de Goa, na Índia, e estavam cheios de confiança no futuro promissor de Lourenço Marques. Nesse grupo, destacavam-se um industrial, Paulo Nazário Pinto é o jornalista católico Luís Vicente Álvares; fundador e director do jornal semanal “O Oriente’’.

Em lembras a da sua terra natal, pediram á autoridade eclesiástica da época que houvesse no subúrbio uma paróquia com o nome Santa Ana, sua padroeira em Goa. Este pedido foi-lhe antedito.

Nesse tempo destaca-se a figura do senhor Gabriel Francisco Rego da Silva, que vivia em Lourenço Marques e os seus negócios prosperavam. Gabriel era nascido em Sofala, em 05 de Maio de 1855. Ele residia aí desde 1882, quando Loureço Marques não era senão cidade pobre e insalubre. Este senhor era conhecido como o africano. Era católico fervoroso e teve a ideia de construir, na Munhuana, com seus recursos, uma grade Igreja sob o património de Santa Ana, com escola e centro de saúde. A Igreja projectada por ele teria 25 metros de comprimentos, 10 de largura e 7 d altura.

Como se aproximava a data histórica da visita do príncipe Real Luís Filipe, Gabriel obteve abertura da parte das autoridades que a primeira pedra da constituição fosse lançada pelo herdeiro do trono de Portugal. A Cerimonia solene decorreu a 18 de Agosto de 1907. Era um ambiente de festa. Erigiu-se uma tenda de tela, condecorada com as cores nacionais. A pedra foi preparada e o príncipe, com o Ministro, o governador-geral e outras diversas autoridades chegaram ao local á hora marcada. Foi um dia de festa da Munhuana.

Relatos escritos contam-nos que Gabriel fez um discurso e o príncipe, comovido com as suas palavras chamo-o e agradeceu-lhe com um a perto caloroso de mão. Este gesto do herdeiro do trono de Portugal fico gravado no coração sensível do generoso capitalista africano, que se lembrava com orgulho e grade tristeza á morte do jovem príncipe. Ele mesmo sofreu amargas dissoluções e, finalmente, de uma ruína financeira que impediu a realização dos seus projectos. Mas a referida pedra permaneceu fixada no território entre a Pártia da igreja e a Escola, e Aida pode ser visto, cem anos depois. Em despeito da boa vontade dos católicos, a construção da igreja foi retardada pelas circunstâncias que ditaram a queda da Monarquia a 05 de Outubro de 1910 e a proclamação de uma república anticlerical. Um acontecimento curioso ajudou a impulsionar esta construção. A bordo do paquete “Lusitânia”, chegou de Lisboa o padre João Alves de Moura. Na viagem, a sua bondade conquisto muitas simpatias e teve a ideia de fazer uma colecta para obter fundos para a construção que devia substituir a velha igreja de Lourenço Marques construída lá onde hoje está o palácio Rádio, e que não era suficiente para a populaça em crescimento. Na viagem passaram por muitas peripécias. “O Lusitano” bateu numa rocha e reboco-o para perto do Cabo da Boa Esperança, mas o padre não perdeu os fundos recolhidos para a Igreja e chegou com eles a Lourenço Marques.

Em 1911, em plena euforia republicana, o tempo não era favorável aos projectos do padre João Alves de Moura, que deu então os fundos para ajudar a construção da igreja de Santa Ana da Munhuana passaram-se vários anos. A obra projectada com entusiasmo por Rego da Silva não avançava. O capitalista estava arruinado. Os habitantes do subúrbio uniram-se então para ajudar, mas a sua fraca capacidade financeira não podia realizar inteiramente o que Rego da Silva tinha desejado. Contudo, a pedra da fundação lá estava, e a missão fundada era a mas importante obra que se podia ter na época.
Construiu-se dificilmente uma modesta Igreja e Escola anexa; mais tarde, sob iniciativa de D. Rafael, prelado de Moçambique, num terreno vizinho onde existia uma modesta casa paroquial, que foi fundado em 1929, A CASA DA EDUCAÇÃO para jovens raparigas. A direcção da mesma foi confiada a Madre Clotilde, uma venerável anciã fervorosa educadora.

Mais tarde, passados vinte anos Abriu-se uma obra social de protecção da infância, poder que até ao presente, ainda não há uma semelhante no país. Era tão grade e a sua actividade era excelente que um jornalista metropolitano um dia exclamou admirado; “Enfim, Moçambique tem o seu titio de América!”.

Vejamos o que q aconteceu. A Escola, que devia chamar-se Luís Filipe, ficou sem nome. No entanto foi aplicada e transformada e, mas tarde, foi reinaugurada a 11 de Fevereiro de1934, pelo então Governador Coronel José Cabral. O Dispensário, que devia chama-se ‘‘Aires Ornelas ‘’, fico sem padroeiro. E pior ainda, o nome de um homem tão generoso que morreu na miséria, Gabriel Francisco Rego da Silva, caiu no esquecimento, apesar de sua destacável virtude de solidariedade em distribuir os seus bens a mãos cheias entre os podres da Munhuana. Na óptica de irmã Dorothea, nossa fonte fidedigna, muita pouca gente se lembra dessa figura.

Alguns documentos históricos são ricos de detalhes e actualizam-nos sobre os acontecimentos relacionados com a fundação da igreja de Santa Ana da Munhuana com este artigo publicado no jornal diário ‘’Notícias’’ do dia 15 de Agosto de 1957.